As mudanças climáticas têm alterado a forma como comunidades interagem com seu meio ambiente, resultando na perda de práticas culturais tradicionais e na ameaça ao patrimônio imaterial. O setor cultural é altamente vulnerável aos eventos climáticos extremos, sofrendo impactos diretos e indiretos em sua produção, infraestrutura e na vida dos trabalhadores da cultura. As práticas culturais de povos indígenas e comunidades tradicionais são importantíssimas na preservação da biodiversidade e no manejo sustentável dos ecossistemas, apesar de ainda sofrerem com sua baixa institucionalização em políticas e programas. O contexto de mudanças climáticas demanda a construção de uma governança cultural para a agenda climática, de modo a gerir efetivamente os riscos de desastres para o patrimônio cultural e natural, além de garantir o pleno exercício dos direitos culturais.

O relatório é uma síntese de evidências e foi desenvolvido de abril a outubro de 2024 por meio de abordagem participativa com revisão de literatura, consultas a especialistas, mapeamento de iniciativas, sessão de validação, artigos de opinião e entrevista, criando um panorama atual sobre a relação entre cultura e clima.