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Relações de segregação: novas práticas filantrópicas entre a elite paulistana
Este trabalho contempla práticas filantrópicas contemporâneas entre a elite paulistana em sua interface com as dinâmicas de segregação urbana observadas nessa cidade. Procura-se investigar as relações que surgem em torno dessas práticas, mostrando que a segregação se caracteriza não somente pelo distanciamento, mas também por complexos jogos de interação cotidiana entre as populações que convivem na metrópole. A pesquisa baseia-se na etnografia de três iniciativas filantrópicas na cidade de São Paulo: um projeto escolar de ensino da língua inglesa, um centro de saúde infantil e um programa de preparação de jovens das elites para atuação no “terceiro setor”. A atividade filantrópica se define, respectivamente, como “serviço comunitário”, “trabalho voluntário” e ações de “responsabilidade social”. Na análise dessas três iniciativas investigadas durante o trabalho de campo, destaca-se a tendência da prática filantrópica a passar, ao longo das últimas décadas, por um processo de “profissionalização”, ou seja, a transição de um modelo baseado nos princípios de “caridade” e “assistencialismo” para um modelo de “investimento social”. A reflexão sobre tal processo e sua incorporação por diversos sujeitos pede uma abordagem antropológica que preze as maneiras pelas quais essas redes se constroem e se desenvolvem, traçando conexões e associações entre lugares e influências diversas.
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